Waldomiro é um rapaz simpático.
Costuma sair às mesmas primeiras horas do dia para providenciar o pão fresco da perpétua mãe. O ritual há tempos mantido diz bem de sua vida: poucos sobressaltos embalados por um uniforme de trabalho devidamente engomado. O quanto é solicito e bem encaixado nas poucas exigências da vida é o que mais admiram aqueles a sua volta. Waldomiro diz pouco de si e de seus desejos. O fazer diário é sua carta de referencia e para ele e para os outros já basta. Objetos mantidos em seus lugares, o ir e vir dos percursos conhecidos, a cama sempre vazia e no mesmo lugar, o soldo de fim de mês, os pensamentos encobertos por uma poeira de segurança, deixam claro para ele que a vida é um ritual.
Costuma sair à mesma hora da noite para providenciar o pão tosco de sua tão frágil sanidade. O ritual noturno há anos mantido diz bem de sua vida: grandes medos embalados por um uniforme de vícios devidamente amarrotado. O quanto consegue desvencilhar-se da brutalidade de sua rotina é o que mais admira em si mesmo. As luzes que cintilam nas ruas perdidas e sofregamente percorridas e a forma com que se entrega aos seus devaneios ainda não bastam. Deseja a noite piscando num ritual de êxtase e povoada por objetos coloridos, camas desconhecidas e fugazmente ocupadas, os pensamentos tomados pelo abismo. Está claro para ele que a vida é uma insanidade.
Costuma sair à mesma hora da noite para providenciar o pão tosco de sua tão frágil sanidade. O ritual noturno há anos mantido diz bem de sua vida: grandes medos embalados por um uniforme de vícios devidamente amarrotado. O quanto consegue desvencilhar-se da brutalidade de sua rotina é o que mais admira em si mesmo. As luzes que cintilam nas ruas perdidas e sofregamente percorridas e a forma com que se entrega aos seus devaneios ainda não bastam. Deseja a noite piscando num ritual de êxtase e povoada por objetos coloridos, camas desconhecidas e fugazmente ocupadas, os pensamentos tomados pelo abismo. Está claro para ele que a vida é uma insanidade.
Waldomiro é de fato um rapaz simpático.
Mas tanto, tanto, que alguém precisa avisar para ele que entre o dia e a noite, o que realmente importa é o que consegue fazer da sua solidão.
7 comentários:
lindo!!!
Há quantos Waldomiros...texto brilhante!
Fala sério Moniquinha...
sou eu um Waldomiro? rsss
texto foda...e a solidão??
bjs...
porra! você escreve bem pra caralho!!!!!!!!!!!
vieram-me os arrepios.
de coisa boa e ruim misturada
de reconhecimento, medo e coragem.
e no final, um sorriso simpatico.
ps:escuta uma coisa, agora que vc é uma mulher amiga da internet que tem até blog, digite no google concursos literarios, lá há links para varias paginas de concursos literarios, alguns inclusive com premios em dinheiro e a maioria com publicações. por que vc não manda? valdomiro é ganho certo.
lindo, lindo, lindo.
bejos saudosos
vivi jorge
quem é luna?
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