VIDA AZUL

‘‘... criatura e criador, criando tudo pela companhia. na mesma escuridão fantástica de suas fantasias. em que posição. em sua posição definitiva, não foi ainda resolvido. já não é suficientemente estático? por que duplicar justamente este conforto? então, deixa-lo mover-se. dentro do razoável. um engatinhar moderado, o tronco bem acima do chão, os olhos `a frente, em alerta. se isso não for melhor do que nada, cancele. se possível. e no vazio restabelecido, outro movimento. ou nenhum. restando apenas ser criada uma posição mais promissora. mas pra continuar, deixa-lo engatinhar. engatinhar e cair. engatinhar novamente e cair novamente. na mesma escuridão fantástica de suas outras fantasias...” Companhia, S. Beckett.

‘‘...o que é grave? é sabermos que atrás da ordem deste mundo existe uma outra.
que outra?
não o sabemos.
o numero e a ordem de suposições neste campo é precisamente o infinito.
e que é o infinito?
não o sabemos com certeza.
é uma palavra que usamos par designar a abertura da nossa consciência diante da possibilidade desmedida, inesgotável e desmedida.
e o que é consciência?
não o sabemos ao certo
é o nada
um nada que usamos para designar quando não sabemos alguma coisa e de que forma não o sabemos e então dizemos consciência, do lado da consciência quando há cem mil outros lados.
sao palavras inventadas para definir coisas
que existem ou não existem diante da premente urgência de uma necessiodade:
suprimir a idéia e seu mito e no seu lugar instaurar a manifestação tonante dessa necessidade explosiva:
dilatar o corpo de minha noite interior do meu eu
que é noite?
nada, irreflexão
e então?... ” A Questão que se Coloca, A. Artaud.

Um comentário:

Monica L F disse...
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