com licença poética
adelia prado
quando nasci um anjo esbelto
desses que tocam trombeta, anunciou:
vai carregar bandeira.
cargo muito pesado para mulher,
esta espécie ainda envergonhada.
aceito os subterfúgios que me cabem,
sem precisar mentir.
não sou tão feia que não possa casar,
acho o Rio de Janeiro uma beleza e
ora sim,
ora não, creio em parto sem dor
mas, o que sinto escrevo. Cumpro a
sina.
inauguro linhagens, fundo reinos
(dor não é amargura).
minha tristeza não tem pedigree,
já a minha vontade de alegria
sua raiz vai ao meu avô.
vai ser coxo na vida é maldição pra
homem
mulher é desdobrável. eu sou...
foto: lavallete, nj, usa.
Adélia Prado
Um comentário:
"Eu vou te dar alegria
Eu vou parar de chorar
Eu vou raiar o novo dia
Eu vou sair do fundo do mar
Eu vou sair da beira do abismo
E dançar e dançar e dançar
A tristeza é uma forma de egoísmo
Eu vou te dar eu vou te dar eu vou "
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